PARA REFLEXÃO

"Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida"

"Não existe jardim completo e perfeito. E sim, a vontade de tornarmos melhores jardineiros" Raul Cânovas

"A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda." Confúcio

"Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo." Mahatma Gandhi

Visitantes, minhas saudações.

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O bordado é algo que está no meu sangue. O amor pelo bordado nos leva a buscar cada vez mais notícias, fotos, matérias, reportagens sobre o assunto e postar no Blog, compartilhando com todos que nos visitam. Recebo reportagens, fotos, notícias de amigas de toda parte do mundo. Muitas vem sem identificação dos sites retirados e quando publico sempre informo que não são de minha autoria. Uma das coisas que mais respeito são os direitos autorais das pessoas. Por isso solicito a quem me visitar, se encontrar alguma matéria ou foto que não aceite, que esteje publicada no meu Blog, por favor me avise para que seja retirada com urgência. Obrigada.


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O BORDADO DA TERRA DE SOUSA

http://www.cm-felgueiras.pt/

Num bordado, o essencial da sua definição tem a ver com os pontos que o concretizam num determinado desenho, motivo ou padrão. Todavia, na execução desses pontos podem verificar-se técnicas de diversa ordem, denunciando um maior ou menor profissionalismo, uma maior ou menor exigência.


Na generalidade, qualquer bordadeira borda, quase sempre, sem bastidor. Um bastidor é um auxiliar da técnica de bordar que pode assumir diversas formas. Os mais simples são constituídos por dois aros de madeira, quase do mesmo tamanho que, ao encaixarem um no outro, entalam o tecido. Ao manter o pano igualmente esticado em todas as direcções, o uso do bastidor facilita o apuro do bordado, evitando as distorções e enrugamentos do tecido devido ao trabalhar dos pontos. Este bastidor, pequeno, fácil de arrumar e transportar, não se torna cómodo ou agradável de usar e, muitas das vezes, só se utiliza na execução de um particular ponto, mais exigente, e não de todo o bordado. Para facilitar o seu uso, há quem o prenda pressionando-o entre o peito e o rebordo de uma mesa, o que permite bordar com as duas mãos, uma colocada por cima, do lado direito do bordado e outra por baixo, pelo avesso. Todavia, a bordadora, assim que pode, abandona-o e recomeça a bordar com o tecido apoiado no dedo indicador da mão esquerda (no caso de ser dextra). O bordado executa-se então quase só com a mão que segura a agulha, onde se encontra a linha que está a ser usada. Já o Bordado de Castelo Branco, por exemplo, é feito num bastidor de outro tipo, mais profissional, que funciona como uma mesa rectangular, onde o tampo é constituído pelo próprio tecido a bordar. Neste caso, dos bastidores de pé, a bordadeira fica com as duas mãos livres e não tem que ter uma postura rígida, pois o bastidor sustenta-se por si mesmo. O grande inconveniente deste utensílio é o espaço que exige e a dificuldade no seu transporte: não é nada que se pegue e se leve com facilidade de um local ou para outro, de uma divisão para outra.

Vem isto a propósito da engenhosidade das bordadeiras da Terra de Sousa. Só compreendendo o modo como se coloca o problema se pode valorizar devidamente a solução encontrada. É que estas bordadeiras bordam no papelão. É assim que toda a gente diz e é preciso ver para acreditar.

Há muito mais de cem anos, quando esta produção se terá iniciado, os bordados eram, não só extremamente elaborados, como se dirigiam a um mercado constituído por pessoas de uma enorme exigência. As senhoras que então compravam as peças bordadas eram, na sua generalidade, elas mesmas, embora amadoras, exímias bordadeiras, pois que nessa altura a educação das meninas pressupunha incontáveis horas a aprender a bordar. Quanto mais requintada e cuidada era a sua educação, mais percebiam e sabiam de bordado. Quando as bordadeiras da Terra de Sousa começaram a bordar para este mercado tiveram que resolver a questão da qualidade e apuro do seu trabalho. Se nunca tivessem aprendido a bordar correctamente, com um bastidor de pé, essa questão não se lhes colocaria, mas depois de bordar num, é difícil, senão impossível, bordar com a mesma qualidade, sem esse extraordinário apoio. Todavia, nas suas casas pequenas, sobrepovoadas de crianças, onde era preciso correr de janela a janela a aproveitar a luz do dia, com a multiplicidade de tarefas da sua vida doméstica, a necessidade de poder transportar o trabalho de um lado para o outro impunha-se e, com isso, a necessidade de transportar o próprio bastidor.

Nada se sabe de quem terá sido a gloriosa invenção hoje em uso. O que é certo é que, mantendo as suas características, merecia e deveria ser melhorada. Imagine-se uma revista, ou um jornal dobrado em quatro. Fica-se com um a pequena superfície, de cerca de 20 centímetros por uns 30. Esta superfície, que apresenta alguma maleabilidade, mas não excessiva, é então forrada com o papelão propriamente dito, tradicionalmente o papel dos sacos de farinha, mais grosso que papel de embrulho normal mas que ainda se deixa atravessar por uma agulha. É nesta almofada, que não chega a ter a espessura de um dedo, que a bordadeira prega o serviço ou seja, cose o tecido já riscado ao papelão, definindo, com alinhavos, um círculo mais ou menos perfeito. Depois é só bordar, poisando o papelão em cima de uma mesa, ou ao colo, no caso de estar sentada baixa. E a bordadeira borda. E borda muito. E borda muito bem, com as duas mãos pelo direito do tecido: a mão esquerda (no caso de ser dextra) segura a linha, o que levanta ligeiramente o tecido favorecendo a execução dos pontos com a mão direita. O bordado assim executado nunca fica arrepiado, com gelhas e a tensão dos pontos regula-se melhor sem provocar distorções e favorecendo um bom resultado final.

Esta técnica do papelão é a grande responsável pela permanência e uso de tantos e tão variados pontos no maior centro produtor de bordado de Portugal Continental, muitos deles especialmente difíceis de fazer e que, em todos os outros locais, foram abandonados pelos problemas levantados pela sua execução. Foi o papelão que permitiu a conservação de um completíssimo vocabulário técnico mantendo em uso essa enorme variedade de pontos, o que confere a este centro produtor a sua principal característica identitária, não igualada por nenhum outro.

BORDADOS DE TIBALDINHO

Bordados de Tibaldinho - Mangualde - Viseu


quinta-feira, 11 de dezembro de 2008, 14:15:35 - noreply@blogger.com (Carlos Cardoso)

No distrito de Viseu, concelho de Mangualde, na freguesia de Alcafache, situa-se um pequeno povoado que chegou até aos nossos dias, ainda com ruas empedradas e casas tradicionalmente construídas de beleza invejável. É aqui que podemos encontrar a arte dos Bordados de Tibaldinho.


É difícil definir uma datação precisa para a implementação desta manufactura da arte de bordar nesta região, devido à escassa documentação existente sobre o assunto. No entanto, a investigadora Madalena Braz Teixeira aponta as suas origens para um momento histórico em que a família real e toda a aristocracia da época que a acompanhava regressou a Portugal. Ora, esta aristocracia, para além de possuir um grande número de solares nesta região, também era detentora de colecções invejáveis de bragais. O uso, o desgaste e a necessidade de renovação certamente foram os principais motivos que levaram estes nobres a contratarem bordadoras para efectuarem a renovação e substituição das peças.

«O regresso da família real das terras brasileiras (1819) e da aristocracia que acompanhara o rei a essas paragens longínquas, vem a realizar-se durante a década de 20.

Ocasião propícia à beneficiação dos solares deixados vazios através dos proventos da renda brasileira que continuava a chegar. O caso bem conhecido, da Casa da Ínsua, vem trazer fulgor a Penalva do Castelo. O que ocorre também em Mangualde e noutras mansões ao redor que são rejuvenescidas, nas residências burguesas dos seus endinheirados proprietários.

Não admira, portanto, que a decoração interior da própria habitação tenha ocorrido também através da renovação do bragal e das roupas de casa. Tornava-se urgente refazer o enxoval e constituir um novo património têxtil. As condições histórico – culturais são explícitas pelo que o aparecimento e/ou o desenvolvimento de uma manufactura de bordados está justificada à partida pela encomenda que seguramente as famílias recém – chegadas do Brasil fizeram, imitadas por outros parentes e amigos que não tinham deixado os seus lares.»


Os Bordados de Tibaldinho são singelos e harmoniosos e têm uma característica muito própria relativamente à policromia: são predominantemente brancos. Este aspecto está certamente ligado ao facto destas peças tratarem de roupa de casa, onde o branco é ligado à limpeza, higiene e dignidade, para além da mentalidade burguesa moralizadora da época, que associa o branco à pureza, honestidade e virtude.


Muitas vezes existe uma grande dificuldade em romper com domínios estilísticos há muito instalados, pelo que foi extremamente difícil ao novo léxico ornamental romântico chegar e difundir-se, principalmente na Beira Alta, como o caso de Alcafache. Por estas razões talvez, a policromia dos Bordados de Tibaldinho se tenha mantido fiel ao branco, símbolo da alvura.

A autora Madalena Braz Teixeira considera ainda, que as origens dos bordados se situam muito ao nível do gosto neo – clássico. No entanto estes bordados não são apenas de origem erudita. O carácter popular e cunho pessoal estam sempre presentes. Os próprios desenhos levam-nos a assistir a temas baseados no “AMOR”, aliás como em outros bordados, como o caso dos de Viana e dos Lenços de Namorado. Os enleios espiralados que prendem os crivos como filtros e os espinhos que ferem, são uma constante presença na simbologia destes trabalhos. No aspecto geral, os bordados de Tibaldinho têm traços comuns com os bordados de Guimarães (séries de ilhós consecutivos e semelhantes, ilhós com sombras e pequenos crivos, as estrelas e flores).

Os bordados de Tibaldinho, embora tenham como centro de difusão a aldeia de Tibaldinho, não se circunscrevem apenas a este povoado, mas são também realizados em outras aldeias vizinhas de Alcafache, Fornos de Maceira, S.João de Lourosa e Dão. As bordadeiras geralmente trabalham ao ar livre, sentadas, devido à falta de espaço do interior das casas e pela luz natural ser mais adequada.

Mas foi na festa anual de S. Mateus realizada na cidade de Viseu, que por volta de 1940 os Bordados de Tibaldinho tiveram grande impulso com uma exposição organizada pelo Dr. Sacadura Botte. A exposição nesta feira permitiu não só uma maior divulgação dos bordados como também maior apreço pelos mesmos. Posteriormente, em 1961, o Pároco de Alcafache, Padre


Manuel Messias, teve também importância na divulgação dos bordados, colaborando na organização da exposição de artesanato em Viseu.

Nos nossos dias, as bordadeiras passaram a ter esta actividade com o objectivo de aumentar as suas próprias economias domésticas. As bordadeiras de Tibaldinho controlam, elas mesmo, todo o processo de escoamento do produto.

A proximidade das termas de Alcafache e a existência do caminho-de-ferro facultam o escoamento do produto até aos grandes centros. No entanto, e principalmente a partir dos anos 60, as flutuações próprias do mercado, o aparecimento de novos materiais e as modas foram alguns dos obstáculos que esta arte manual de Tibaldinho teve de enfrentar, mas conseguiu ultrapassar.

Na década de 80 o “bordado de lã”, designação local do bordado de Arraiolos, foi divulgado e, pelo facto de ser mais rentável, aliciou as bordadeiras da zona e fê-las esquecer um pouco os Bordados de Tibaldinho. Logo a seguir, Azevedo e Silva deu conta do cenário de abandono dos bordados e procedeu à recolha de pontos e técnicas dos bordados tradicionais.

Costumamos dizer que logo a seguir a uma fatalidade vem a bonança. Foi o que aconteceu neste caso, um grupo de mulheres apostaram no valor patrimonial destes bordados tradicionais e fundaram “O Borboto”.

Estes bordados ornamentam toalhas, roupa de cama, aventais e todo o género de paninhos destinado à decoração do lar.

Referência Bibliográfica:

Paulo Fernando Teles de Lemos Silva, Bordados tradicionais portugueses, Dissertação de Mestrado em Design e Marketing - Área de Especialização em Têxtil, Universidade do Minho, 2006

Madalena Braz Teixeira, O Bordado de Tibaldinho, ed. CM de Mangualde-IPM, Lisboa, 1998


BORDADOS DE TIBALDINHO 2

Bordados de Tibaldinho


1º Concurso de Projectos de Produção de Conteúdos Educativos

Trabalho elaborado por alunos e professores da Escola de Tibaldinho

Ano Lectivo 2005/2006

INTRODUÇÃO


O acto de fazer e guardar objectos é a primeira manifestação que distingue o homem dos outros animais. O homem é por natureza um fazedor de artefactos. É também um artista, dado que ao sentido útil dos objectos aliou sempre a sua sensibilidade e estética.
Por todo o país, dos mais pequenos aos maiores aglomerados populacionais, foi surgindo o artesanato especializado.
A pitoresca aldeia de Tibaldinho, pertencendo à freguesia de Alcafache não fugiu a esta regra.
Assim, a par da fabricação da grande parte dos artefactos de que cada um ou a própria comunidade necessitava, desenvolveram-se nesta aldeia dois tipos de artesanato especializado: a olaria e os bordados.
Quanto à olaria esta desapareceu e não se sabe quando, como e porquê.
Quanto aos bordados, eles são o tema deste nosso trabalho, no qual iremos fazer um estudo no que diz respeito à sua origem e evolução histórica, aos seus aspectos económicos e sociais, às suas características técnicas, estéticas e artísticas e à sua divulgação. E ainda incluímos um estudo sobre o linho por ser o suporte dos Bordados de Tibaldinho.



CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ALDEIA – TIBALDINHO
Tibaldinho é uma das mais importantes aldeias que compõem o concelho de Mangualde, distrito de Viseu e, portanto, na região da Beira alta, principalmente pelo seu potencial máximo – os bordados.
Faz parte da freguesia de Alcafache juntamente com as povoações de Banho, junto ao rio Dão, nome local das termas de Alcafache, Casal Sandinho, Peso, Casal Mendo, Aldeia de Carvalho, Mosteirinho e Tibaldinho.
Esta tradicional aldeia fica situada no extremo Nordeste do concelho de Mangualde com uma altitude de 230 metros, latitude 40º 36’ 18” Norte e longitude 01º 15’ 51” Este de Lisboa. Integrada na freguesia de Alcafache, limita a Ocidente com a freguesia de Santar, concelho de Nelas, a Norte, já na outra margem do rio, com S. João de Lourosa, concelho de Viseu, a Sul com Lobelhe do Mato e a Oriente com Fornos de Maceira Dão. Dista cerca de 6Km da sede do concelho.
A freguesia de Alcafache e consequentemente Tibaldinho é servida pela linha da Beira Alta, cuja estação tem o nome de Moimenta Alcafache; é uma ligação de caminho de ferro internacional. É também servida por uma via rápida – IP5 – que liga a Espanha ao litoral do país.
Situa-se numa região recheada de monumentos de interesse e valor arquitectónico inquestionável.
Tibaldinho é um daqueles lugares onde as casas novas se dispõem ao longo de uma das estradas que de Mangualde se dirige a Viseu, atravessando a freguesia. O núcleo antigo é formado por um conjunto denso de pequenas casas de granito, com ruas e becos estreitos e escuros, contrastando com as cores claras e o tamanho a que as novas construções dão lugar.


Além dos conhecidos Bordados de Tibaldinho, também a actividade da população se reparte pela agricultura com extensões de vinha, de onde provém bom vinho da Região Demarcada de Vinhos do Dão, de pomares da afamada fruta da Beira Alta, com alguns rebanhos de ovinos e pequena cultura de subsistência – batata, feijão, cenoura, hortaliça,...
Reparte-se também pela indústria, localizada maioritariamente nos parques industriais de Mangualde e no parque industrial de Coimbrões que lhe é vizinho.
A sua densidade populacional situa-se abaixo do limiar dos 500 habitantes, dos quais cerca de 25% da população activa feminina são bordadeiras.
É uma zona de relevo pouco acidentado, solos férteis num ambiente e clima moderados que lhe são próprios, por se tratar de um vale abrigado, de curso de água de natureza hipertermal, sulfúrea, alcalina, dotada de radioactividade curativa. Esta riqueza foi aproveitada e deu origem às tão afamadas Termas de Alcafache.
Tibaldinho só é nome de lugar para aqueles que aí habitam, ou nas suas imediatas proximidades. Para a grande maioria das pessoas que conhece a designação, ela evoca sobretudo, uma das artes mais tradicionais e características da Beira: O Bordado de Tibaldinho.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Perde-se no tempo a tradição dos bordados a fios de algodão, conhecidos por Bordados de Tibaldinho, embora até hoje apenas se conheçam exemplares que remontam aos princípios do séc. XIX (1810-1830).
Estes Bordados, tanto no risco como nos processos de execução, apresentam características muito próprias que permitem identificá-los imediatamente.


Para fazermos a análise da evolução histórica dos Bordados de Tibaldinho, seguiremos as três fases detectadas pelo Professor Fernando Louro de Almeida e que foram aprofundadas mais recentemente pelo Professor Doutor José Manuel Azevedo e Silva.
A partir dos exemplares conhecidos e estudados, podemos, pois, classificar estes bordados em três tipos distintos.

TIBALDINHO ANTIGO (Alcafache antigo)


Nesta altura ainda não é legítimo falar de Bordados de Alcafache, muito menos em Bordados de Tibaldinho, na medida em que eles estão enquadrados numa área geográfica muito ampla em forma de triângulo, cujos vértices eram Viseu, Mangualde e Nelas.
Vindo posteriormente esta área geográfica a reduzir-se às freguesias de São João de Lourosa, Fragosela, Fornos de Maceira Dão e Alcafache.
A maior concentração em quantidade e em qualidade verifica-se nas aldeias da freguesia de Alcafache, que são: Aldeia de Carvalho, Casal Sandinho, Casal Mendo, Mosteirinho, Banho (Termas) e Tibaldinho.
Os exemplares mais antigos contam com cerca de 200 anos, embora se acredite que possam mesmo remontar à Idade Média.
Esta fase, segundo o Professor Louro de Almeida, que termina com a Primeira Grande Guerra, é aquela que fornece as peças mais ricamente bordadas. Foi também (e deverá continuar a sê-lo) a verdadeira fonte de inspiração das gerações de bordadeiras das fases seguintes.



TIBALDINHO REGIONAL


Tibaldinho surge como centro da zona triangular atrás referida. Embora estes bordados estivessem espalhados por toda a freguesia de Alcafache, os trabalhos saídos da agulha das bordadeiras de Tibaldinho (mulheres do campo) foram sempre considerados, muito justamente, os mais belos e os mais perfeitos.
Talvez este facto tenha sido um estímulo para que as habilidosas bordadeiras desta aldeia se inspirassem nos exemplares do “Alcafache Antigo” ou “Tibaldinho Antigo”, criando um novo estilo, com um novo ritmo decorativo a que se passou a chamar “Tibaldinho Regional”. Este ritmo é constituído pela sucessão de enleios e outros elementos decorativos.
O Professor Louro de Almeida situa historicamente esta fase entre as duas Grandes Guerras Mundiais.


TIBALDINHO MODERNO OU RECENTE
Nesta fase há uma maior liberdade de composição ou de supressão e de substituição de motivos característicos, com vista à diminuição do tempo de execução de cada peça.
Há uma mistura de outros tipos de bordados, mais ao gosto das “senhoras”, segundo as bordadeiras de Tibaldinho, também se empregam novos materiais, chegando mesmo a ser utilizadas linhas tipo “perlé” (brilhantes ou de lustro) não só de cor branca, mas também beje, cinza claro, azul pálido, rosa desmaiado e até linhas matizadas.




Algumas bordadeiras tibaldinhenses mais antigas (com cerca de 70/80 anos) referem-se a este aspecto com uma certa tristeza cravada no rosto. Dizem que muitas vezes aceitavam os riscos que as “Senhoras” lhes mandavam e estavam sujeitas a tudo isto para ganhar alguns tostões.
O “tibaldinho moderno ou recente” não é propriamente uma fase autónoma. Não sucede à fase anterior mas coexiste com ela no tempo.
Não é, pois legítimo afirmar que a Segunda Guerra Mundial funcionou como baliza para a passagem do tibaldinho regional ao tibaldinho moderno.
Segundo Azevedo e Silva não terá sido este evento que influenciou, directa e imediatamente a evolução dos bordados de Tibaldinho de uma forma negativa. Mas sim, a introdução do bordado dos tapetes tipo “arraiolos”, por volta dos anos 50, pelas senhoras Sacadura Botte, com casa solarenga na Quinta de Santa Eufémia, na povoação de Tibaldinho.
A partir da introdução dos “tapetes”, a aprendizagem por parte das jovens voltou-se quase exclusivamente para o bordado a fio de lã (os tapetes) e cada vez havia menos bordadeiras a fio de algodão (os bordados regionais). Só as pessoas de uma faixa etária mais alta se mantiveram nos bordados regionais. O bordado dos tapetes é de rápida aprendizagem e de fácil execução. A única ciência está no “contorno” ou seja, no bordado do desenho. Os tapetes são mais convidativos uma vez que são bem remunerados e pouco morosos. Com a introdução dos tapetes a mão de obra feminina tornou-se mais cara, e as “Senhoras” para dispenderem menos dinheiro, aligeiravam os bordados eruditos mandando executar as suas encomendas com motivos tirados de revistas que nada têm a ver com os bordados de Tibaldinho. E ainda foram substituindo o linho pelo algodão chegando mesmo a usar fibras artificiais, e a linha foi durante muito tempo a linha baça de alinhavar por ser mais barata.
E assim se caiu no “bonitinho” maneirista em prejuízo dos verdadeiros bordados tradicionais.


O TIBALDINHO ACTUAL

Toda a situação descrita anteriormente, começou a ser motivo de preocupação de pessoas e entidades “para quem o desaparecimento do bordado de Tibaldinho é entendido como uma perda”. Inicia-se assim, no fim da década de 80, em Tibaldinho, uma nova fase de intervenção sobretudo ao nível da formação profissional, que deixa de ser informal e familiar para ser organizada e orientada por pessoas e instituições, exteriores ao local.
Em 1988 desenvolve-se uma acção mas ainda com resultados muito limitados. Em 91/92, promove-se uma outra acção de formação profissional, ao abrigo do programa “Conservação do Património Cultural” do Instituto do Emprego e Formação Profissional, através da Extensão Educativa a funcionar em Mangualde.
Esta acção foi bastante positiva, uma vez que foi a partir dela que um grupo de mulheres jovens constituiu a oficina a que deram o nome de “Borboto” com vista a promoverem os bordados.
Ainda na década de 90, foram lavadas a cabo pela CEARTE – Centro de Formação Profissional de Artesanato,algumas acções de formação nomeadamente ao nível da recuperação de desenhos, da reintrodução de motivos antigos, entre outros.


DIVULGAÇÃO
A divulgação dos bordados tem sido feita através de diversos meios, embora nem em todas as fases tenha sido feita da forma mais correcta.
Nas duas primeiras fases, o contacto entre as bordadeiras e as clientes (as senhoras) fazia-se directamente nos dois sentidos: ou as bordadeiras faziam chegar a sua obra às compradoras, criando o seu próprio mercado, ou as clientes procuravam as bordadeiras através da encomenda. Na terceira fase (Tibaldinho moderno ou recente), quase só o segundo sentido funciona, pelo que se tornam necessários novos meios de divulgação.
Por volta de 1940, o Dr. Sacadura Botte organizou uma exposição de bordados de Tibaldinho, na Feira de S. Mateus, em Viseu, que muito contribuiu para a sua divulgação.
Na Casa-Museu Almeida Moreira, existe uma magnífica e valiosa colecção destes bordados. Inclui toalhas de Páscoa, toalhas de jantar, vários aventais, almofadões, panos decorativos, e algumas dobras de lençol muito antigas.
A par das várias exposições realizadas por todo o país para promover e divulgar os bordados de Tibaldinho, destacamos a exposição patente em 1998, no Museu Nacional do Traje.

ASPECTOS ECONÓMICOS


Para além de outras compensações que não são contabilizáveis, os bordados proporcionam compensações económicas.
Os bordados típicos executados pelas bordadeiras de Tibaldinho, foram e continuam a ser adquiridos por muitas famílias da região.
Há alguns anos atrás, no Verão, as bordadeiras iam vendê-los às termas de Alcafache, Felgueiras, Luso e S. Pedro do Sul. Visto a estes locais acorrerem pessoas de diferentes partes do país, era uma forma dos bordados chegarem mais longe. Alguns desses bordados chegavam mesmo a ultrapassar as fronteiras do nosso país por intermédio de emigrantes que os levavam para si próprios ou para oferecer.
Actualmente as pessoas que os pretendem adquirir deslocam-se a Tibaldinho, nomeadamente a casas da especialidade que existem nesta localidade.
Dentro do aspecto económico podemos distinguir três processos de produção e de venda.

POR CONTA PRÓPRIA


Este processo implicava que cada bordadeira comprasse o pano e as linhas, bordasse várias peças e depois se dirigisse para os centros populacionais a fim de os comercializar. Estas bordadeiras vendedoras tinham já as suas clientes certas em cada localidade e estas por sua vez punham-nas em contacto com outras clientes. Por vezes colocavam os bordados à consignação em algumas casas comerciais.
Hoje em dia, algumas bordadeiras que trabalham por conta própria já não necessitam de se deslocar para vender os seus trabalhos, pois são as pessoas interessadas que as procuram nas suas casas.



POR ENCOMENDA
Este processo era o mais preferido pelas bordadeiras, pois dentro desta modalidade a bordadeira não tem tanto empate de capital nem tem que se preocupar com a venda. As senhoras que encomendavam as peças, forneciam o pano e as linhas, escolhiam o risco e combinavam o preço a pagar à bordadeira no acto de entrega da obra.
Como é natural as bordadeiras mais afamadas é que recebiam as encomendas, logo, tornava-se uma honra trabalhar nesta modalidade.
Assim quando estas bordadeiras tinham muitas encomendas, e lhes era estipulado um prazo de entrega das mesmas, elas tornavam-se pequenas empresárias contratando outras bordadeiras que trabalhavam à tarefa.
Para se ver a evolução dos preços, numa exposição de artesanato regional, em Viseu, em 1961 foram vendidos jogos de cama e toalhas de mesa entre 120 e 220 escudos e pequenos panos decorativos entre 20 e 30 escudos. Hoje em dia, um jogo de cama custa à volta dos 200 a 250 euros e uma toalha vulgar fica à volta dos 400 euros.
Actualmente continuam a existir encomendas por parte das senhoras às bordeiras mais afamadas,só que por vezes são as próprias bordadeiras que compram a linha e o pano.

POR CONTA DE OUTRÉM


Aqui as bordadeiras recebem o serviço de outra pessoa, que pode ser segundo duas modalidades:

A) Na própria casa
Isto acontece quando uma bordadeira recebe serviço de outra, sendo esta última a fornecer o pano e o risco já no pano. A bordadeira depois de ter o pano bordado leva-o a casa da outra para que esta lhe pague o serviço. Neste processo quem borda não tem qualquer despesa nem qualquer encargo. A pessoa que vai vender a obra, tem que proceder à sua lavagem e tem de a engomar.

B) Trabalho em casa das senhoras

Quando as senhoras da região queriam fazer os enxovais das filhas casadoiras ou dos bebés, com bordados de Tibaldinho, contratavam para isso raparigas de Tibaldinho, que bordassem, a quem davam cama e mesa e o salário combinado. Só as moças solteiras e as mais habilidosas é que prestavam este tipo de serviços, pois não tinham responsabilidades familiares.
Nos dias de hoje já não se verifica este processo.

ASPECTOS SOCIAIS


Os bordados de Tibaldinho influenciaram o modo de vida dos naturais desta aldeia. Participavam nos bordados quase todas as mulheres dos diferentes estratos sociais.
Nem todas as mulheres de Tibaldinho se dedicavam exclusivamente aos bordados, por norma participavam nas lides do campo ao lado dos maridos, ficando ainda a seu cargo a casa e os filhos. Quando o tempo não permitia ir trabalhar no campo, a agulha e o pano lá as esperava. Para estas mulheres os serões eram passados a bordar.

ASPECTOS TÉCNICOS E ARTISTICOS


Afinal o que é o bordado?

Após termos feito tanta referência ao bordado, chegou a altura de o definir.
Denomina-se de bordado o trabalho que é executado com agulha e fios têxteis sobre um tecido que lhe serve de suporte, dando origem a uma ornamentação, segundo um determinado desenho ou risco.

Baseando-nos nesta definição, podemos considerar a tapeçaria como uma forma de bordado, embora entre os bordados típicos e os tapetes que se fazem em Tibaldinho haja diferenças muito profundas.
Os bordados típicos de Tibaldinho, empregam linhas brancas de algodão e branquíssimos tecidos de algodão ou de linho, enquanto que a tapeçaria tipo “arraiolos” é bordada com fios de lã grossa sobre tela de linho, estopa, linhagem grossa, canhamaço (serapilheira) ou outro tecido forte, no qual se possam facilmente contar os seus fios transversais e longitudinais.
Bordar é uma arte e como tal requer um domínio de técnicas próprias, de muita imaginação, poder criativo e sentido estético e artístico das bordadeiras. Para que se consigam criar ou recriar belos e autênticos exemplares desta arte é necessário que se reunam certas condições nomeadamente a concepção do desenho ou risco, a harmoniosa distribuição dos motivos a perfeição na execução dos pontos e o sentido estético e artístico que já atrás referimos.
Os elementos decorativos empregues nos bordados de Tibaldinho são os seguintes: ilhós simples, espirais de ilhós (enleios), arcos de ilhós (cadeias), arcos ogivais, quadrados de nove ilhós, espirais de cordão, espirais de borbotos, círculos simples e concêntricos, rodízios, estrelas, óculos de rede, óculos em cruz, corações simples, corações floridos e corações com chave, hastes, flores, pétalas, malmequeres, girassóis, cravos, botõezinhos, folhas abertas e fechadas, folhas redondas, alongadas, pontiagudas e serrilhadas, folhas de feto, folhas de carvalho, trevos de quatro folhas, composições florais, laços, silvas, bolotas, tranças, pevides, pássaros, borboletas, cruz de Cristo, dois oitos em cruz, crivos simples e de duas pernas, recorte ondeante, bainha aberta, machocos redondos, machocos alongados (de pevide), machocos bicudos (serrilha ou dentes de rato), curvas espiraladas, cordão ondeante, canutilhos, pompons, letras maiúsculas, monogramas.
Cada peça executada leva em si um pouco do amor e do carinho da sua executante. As bordadeiras de Tibaldinho bordam o próprio amor. Este aparece muitas vezes como tema central dos bordados. São exemplo disso as peças em que a decoração se baseia nos corações.
Assim, os corações são a fonte e o abrigo do amor; os enleios e as cadeias prendem; os serrilhados e os pontiagudos ferem (o amor é dor); os crivos filtram (o trigo do joio, o bem do mal, o amor do ódio); as flores saúdam os noivos em festa. Os motivos da flora, harmoniosamente distribuídos, são um hino de amor à Natureza e à Vida.
Muitos destes motivos são comuns a outros tipos de bordados, outros há que são característicos dos bordados de Tibaldinho. De tal modo assim é que o emprego de certos motivos e pontos, a sua disposição no conjunto decorativo e a técnica utilizada permitem identificar imediatamente estes bordados.
As barras das toalhas e de outros panos decorativos aparecem constantemente trabalhadas com enleios acompanhados de outros motivos. As espirais de enleios nos bordados de Tibaldinho são espirais esquerdas ou sinistras, isto é, evoluem no sentido dos ponteiros do relógio.
Na bissectriz dos quatro ângulos dos panos e toalhas há normalmente grandes corações, circundados por pétalas estilizadas (alongadas ou arredondadas). Por vezes, e esses corações são substituídos por flores circulares (girassóis ou malmequeres) ou por conjuntos florais.
Os centros são quase sempre trabalhados com ponto aberto ou crivo que outrora era pequeno, mas que, posteriormente, foi aumentando as suas dimensões. A combinação do crivo com outros pontos e motivos faz nascer maravilhosas composições centrais.
Os lençóis são bordados apenas na barra da cabeceira e, tal como nas almofadas, nos almofadões, nos travesseiros e noutras peças, aparecem as séries de ilhós combinadas com variadíssimos motivos, dando lugar a formosas e artísticas composições decorativas.
O lavor dos bordados de Tibaldinho utilizam os seguintes pontos: ponto lançado, ponto entrançado, ponto espinhado, ponto de recorte (vulgo caseado), ponto de cordão, ponto de nós, ponto pé-de-flor (ponto a fugir), ponto de cadeia, ponto de formiga, ponto de canutilho e vários pontos de fantasia.
Com bordados de Tibaldinho, nas suas três fases, aprecem toalhas de mesa, toalhas de Páscoa, toalhas de altar, toalhas de mãos, guardanapos, lençóis, almofadas, almofadões, travesseiros, enxovais de bebé, aventais, panos de mesinha de cabeceira e outros panos decorativos.
Ao contrário do que acontece com outros tipos de bordados, raramente aparecem saias e blusas decoradas com bordados de Tibaldinho. Surpreende - nos, sobremaneira, como é que as belas moças de Alcafache e redondezas não resolveram decorar com bordados regionais as suas características blusas brancas domingueiras. Talvez a necessária utilização de motivos abertos (ilhós, crivos ou redes) as tenha retraído.

MATERIAIS E UTENSÍLIOS


Como tecido de suporte dos bordados de Tibaldinho geralmente utilizam-se panos de algodão e tecidos alinhados.
Muitos dos bordados de Tibaldinho, essencialmente os mais antigos, eram executados em linhos finos ou mais grosseiros, brancos ou crus. Os bordados que se conhecem mais antigos foram bordados sobre linho criado e tecido na região. Embora de fabricação caseira, estes linhos eram de excelente qualidade. Reconhecem-se facilmente pela sua estreiteza e tipo de urdidura. Estes panos estreitos eram ligados à mão, por costura, a ponto de luva, e a sua execução era tal que, passado em muitos casos mais de um século, essas costuras se conservam intactas.
Na execução dos bordados utilizam-se linhas de algodão branco e baço de dois e três fios (cabos), usadas conforme os motivos a usar. Assim, os ilhós, os óculos de rede, os rodízios, os crivos e as folhas abertas são executados com a linha de dois cabos; nos outros motivos, bordados a cheio, como folhas, machocos, pastas, recorte, etc. emprega-se a linha de três cabos.
Quanto aos apetrechos da bordadeira de Tibaldinho encontramos: a almofada-luva, as agulhas, o lápis (para as riscadoras), o dedal e a tesoura.
A almofada-luva é de pequenas dimensões, de forma oval, feita de trapos pelas próprias bordadeiras, possui uma bolsa num dos lados onde se guardam os restantes utensílios. Esta é colocada sobre os joelhos para sobre ela trabalharem.
Quanto às agulhas estas são vulgares, mas de preferência devem ser de tipo mais curto e grosso.
Também o dedal é vulgar não existindo diferença dos dedais de costureira.
A tesoura que a bordadeira utiliza para abrir os ilhós e outros motivos e para cortar a linha, é de pequenas dimensões e está presa por um ourelo (fita) de cerca de 60 cm atado a um dos anéis e cosido ao rebordo da bolsa da almofada-luva.







CONCLUSÃO
Com a elaboração deste pequeno trabalho pretendemos transmitir às crianças do 1º CEB e às pessoas em geral a importância da preservação das tradições da sua região.
Verificámos que os Bordados de Tibaldinho, tiveram os seus pontos altos, no entanto com o passar dos tempos, das modas e do poder económico, houve uma certa desvalorização deste trabalho. Contudo em boa hora, houve quem considerasse que esta tradição era importante para a região e tudo fez para a preservar.
Numa época em que a produção em série transformou o homem numa simples peça da máquina produtiva, desligando-o afectivamente do objecto do seu trabalho, o artesanato tem uma dupla função social: a humanização do trabalho e a produção de objectos simultaneamente úteis e artísticos.
A maravilhosa arte de bordar, como artesanato que é, é uma actividade com as suas compensações. Proporciona uma recompensa material a quem a produz e transmite uma sensação de alegria e de prazer não só a quem a executa, mas também a quem a adquire ou simplesmente a contempla.
Há, pois, que preservar esta tradição, estimulando e acarinhando todas as iniciativas nesse sentido.
Consideramos muito importante que as crianças desde cedo tomem conhecimento da realidade envolvente para que nela se possam integrar de uma forma plena, para que mais tarde, não se verifique a desvalorização e o desinteresse pelos usos, costumes, tradições e pelo património que vai fazer parte da sua cultura, com os quais vai estar em contacto permanente.

http://www.eb1-tibaldinho.rcts.pt/monumentos/index.htm

domingo, 12 de setembro de 2010

VAMOS FAZER RICHELIEU

O Bordado Richelieu



Esse tipo de bordado remonta à Idade Média,e atribuí-se ao Cardeal Richelieu, que fazia parte da corte do Rei Luis XIII da França, a origem do nome.Quanto a origem da técnica  se deve muito provavelmente às primeiras investigações no sentido de produzir bordados com linha branca sobre fundos claros e em tecidos leves e transparentes, como tule e musselina. Em seguida,criaram a técnica de cortar certos espaços vazios do tecido entre os motivos bordados vazando-se áreas estratégicas ao redor deste. Os italianos batizaram essa invenção de punto tagliato, os franceses de point coupé, ou seja, ponto cortado. Estava, nesse momento, dado o primeiro passo à criação da renda, e nascia também o que tempos depois ficou conhecido como a técnica para a produção do Richelieu.

COMO SE FAZ!



















Richelieu Passo a Passo Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro

Como fazer!

Passo 1

Richelieu Passo a Passo 1 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Primeiramente transfira o risco para o tecido.

Passo 2

Richelieu Passo a Passo 2 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Depois espete a agulha e puxe a linha sem nó.

Passo 3

Richelieu Passo a Passo 3 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Volte a agulha para o outro lado para depois alinhavar toda a volta

Passo 4

Richelieu Passo a Passo 4 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Volte para o início e alinhave novamente até o 1º palito. Agora passe a agulha por dentro do alinhavo.

Passo 5

Richelieu Passo a Passo 5 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Passe a linha de novo por mais 2 vezes, retornando ao alinhavo e formando 3 fios no palito.

Passo 6

Richelieu Passo a Passo 6 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Agora é preciso que você caseie o 1º palito.

Passo 7

Richelieu Passo a Passo 7jpg Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Faça de novo o processo, até cerzir os 3 palitos.

Passo 8

Richelieu Passo a Passo 8 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Agora continue o alinhavo até que chegue novamente ao início.
- Você pode se amarrar também em ver como fazer crochê de sacola plástica!

Passo 9

Richelieu Passo a Passo 9 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Aplique o caseado em toda a volta.

Passo 10

Richelieu Passo a Passo 10 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Recorte.

Passo 11

Richelieu Passo a Passo 11 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Recorte de novo.

Passo 12

Richelieu Passo a Passo 12 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Na hora de compor o palito cerzido cruzado, faça novamente os passos de 2 ao 4.

Passo 13

Richelieu Passo a Passo 13 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
É preciso fazer o cerzido de um lado até o meio e passar a agulha por dentro do alinhavo. Repita até que você consiga 3 fios no palito e faça o cerzido até o meio.

Passo 14

Richelieu Passo a Passo 14 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
No outro lado, continue fazendo o cerzido. Depois aplique o caseado em toda a volta

Passo 15

Richelieu Passo a Passo 15 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Ele ficará desta forma.

Passo 16

Richelieu Passo a Passo 16 Bordado Richelieu passo a passo
Créditos: uol.com.br/agulhadeouro
Na hora de fazer a borda de acabamento, é preciso que você faça 2 alinhavos com uma distância maior e em duas fileiras distintas, ou seja: diferentes. Faça o caseado comum e depois recorte.
Prontinho! Espero que tenho Gostado! Agora é só confeccionar os mais lindos mimos com esta técnica. Boas criações!
Informações do passo a passo captadas no site: uol.com.br/agulhadeouro

ONDE USAR!
FOTOS RETIRADOS DOS SITES:






















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