CURIOSIDADE

Renda Renascença

Bordar é ornamentar. É transformar um tecido com fios, cores e desenhos, buscando um resultado que agregue valor à ele. A Renda Renascença teve origem em Veneza, na Itália, por volta do século XVI, mas foi difundida pelos franceses, que adornavam o vestuário dos freqüentadores da corte com esse trabalho. Veio para o Brasil por intermédio das freiras e difundiu-se no Nordeste, especialmente em Pernambuco. Contam que as freiras de clausura de Olinda foram às disseminadoras da renascença no Brasil. Como não mantinham contato com pessoas da comunidade, a técnica foi passada para serviçais do convento. Assim aconteceu com Dona Lála, respeitada artesã pernambucana, que teria aprendido com as freiras e depois ensinado a muitas outras mulheres, entre elas uma aprendiz paraibana que trouxe a técnica para a Paraíba por volta de 1950 para a sua cidade natal, Monteiro, onde hoje já surgiram associações que têm realizado trabalhos tão bons que estão sendo reconhecidos e premiados pela qualidade e originalidade.
A técnica é executada numa almofada, com agulha, linha e fitilho, que é uma fita estreita que dá sustentação aos pontos. Os entrelaçados são muito delicados e as tramas concêntricas são características marcantes dessa técnica. Muitas pessoas confundem a renascença com a renda irlandesa ou inglesa, mas são apenas técnicas semelhantes, pois a renda irlandesa usa o lacê no lugar do fitilho.